HERANÇA PRA VALER

Nossos filhos é nossa herança pra valer,
Embora não estejam, no momento, entre nós,
Mas, já estiveram e conviveram como quê,
Bem pequeninos que entendiam nossa voz.

Hoje crescidos não pensam em nos rever,
Da vida terrena que é pequena e bem veloz,
E nem, contudo, podem mais vezes aparecer,
Para convivermos mais um pouco, a sós.

É assim a vida, nada podemos fazer,
A fim de mudar esse contexto atroz,
Reafirmamos o  nosso bem querer.

E aos netos, vamos dizer em viva voz,
Que eles não venham algum dia fazer,
O que seus pais fizeram aos seus avós!

VALEU A PENA A SAUDADE

Saudade coisa ruim como quê,
Vocábulo que se põe entre nós,
E fica a nos atormentar pra valer,
Lembrando quem estivemos a sós.

Acompanhado da saudade pra se ver,
A lembrança ameniza o sofrimento após,
E nos revigora e vem nos esclarecer,
Que valeu a pena essa saudade atroz.

Tenho saudade de alguém no meu viver,
Embora eu viva feliz como um albatroz,
Voando sempre para um bem querer.

Sem esse motivo, pergunte aos avós,
Se não valeu a pena não se esquecer,
Alguém que se amou se amou como nós! 

O INVERTIDO

O filho do meu vizinho,
Que vergonha ele vai ter,
Muito macho o coitadinho,
Vai ser macho até morrer.

A filha da minha vizinha,
Nasceu fêmea pra valer,
Vai ser fêmea a coitadinha,
Vai ser fêmea até morrer.

As críticas para a vizinha,
A toda hora vão acontecer,
Ao pobre vizinho, já vinha,
Muitas críticas a aparecer.

Vou sofrer só um pouquinho,
Não vou jamais retroceder,
Sou igual ao filho do vizinho,
Igual à filha da vizinha é você!

OS CARNAVAIS DO PASSADO

Quantas saudades a comentar,
Dos carnavais do passado,
Tinha meus pais ao meu lado,
E meus irmãos a me olhar.

Os blocos na avenida, ordenados,
Os carros alegóricos, enfeitados,
E todos nós e amigos a participar,
Quanta saudade tenho ao lembrar.

Hoje, o carnaval está mudado,
Não existe mais carnaval do passado,
E nem banquinhos para se sentar.

Vou sair da cidade bem humorado,
Com saudade dos carnavais do passado,
E vou curtir tranquilo, em outro lugar! 

SOLIDÃO

Chico Buarque, define solidão,
No seu inteligente parecer,
Que eu concordo, em parte, então,
Quem sou eu para não entender.

Sobre a sua sábia opinião,
Que já o consagrou como quê,
Mas, como sofredor por opção,
A sua opinião vou esquecer.

E concordar com a minha versão,
Que é ter amor por ela pra valer,
Que não encontra outra solução.

Quando eu sofro muito sem a ver,
Aí eu sei e sinto o que é solidão,
Por mais que eu não queira, querer! 

É O AMOR

Oi, minha eterna querida,
Estou falando agora com você,
Sei que está numa imensa lida,
Nem por isso, deve me esquecer.

Porque você não será esquecida,
Nem que eu tenha muito o que fazer,
E, minha saúde ficará comprometida,
Se eu passar um dia sem lhe ver.

É assim o amor, produto da nossa vida,
Que surge sempre sem a gente querer,
Hoje sou eu e você, a família em seguida:

Fará o mesmo, sem ao menos perceber,
Que o amor é um jogo, linda partida,
Que Deus criou para quem o merecer!

NUNCA, JAMAIS ME DIGA ADEUS

Nunca, jamais me diga adeus,
Só quero ouvir de você, até logo,
Adeus mata os sentimentos meus,
Até logo é o que eu sempre rogo.

Livre de julgar os problemas seus,
Mas, se for até logo, eu me empolgo,
E não deixo de implorar sempre a Deus,
Para você não demorar, voltar logo.

Assim, quando o ano completo passar,
Todos nós ficaremos bem contentes,
Os dias para mim foram para lhe cuidar,
Ficando você presente, naturalmente.

Aí o nosso espírito foi se entrelaçar,
Muito rápido, e quase de repente,
Pedi a você que ficasse em meu lugar,
Porque nós dois seríamos onipotentes! 

DOIS DE JULHO NOME DO AEROPORTO

A vida tem uma estrada todo o dia,
E toda emoção tem sempre um porto,
Às vezes caminhamos para alguma orgia,
Se caminharmos certo, há sempre um torto.

São coisas da vida que sempre nos propicia,
Ficarmos atentos e nem um pouco absorto,
Para encararmos os fatos com muita energia,
A fim de não cairmos em blefe e nem desconforto.

Ciente das dificuldades que o governo não teria,
Em modificar o nome que nos foi imposto,
No aeroporto que nos traz tanta alegria.

Acreditamos ainda, que o deputado morto,
Se estivesse vivo, por certo, não concordaria,
Tirar o nome da data magna da Bahia, do aeroporto!