NINGUÉM PARA CONVERSAR

Não tenho ninguém para conversar comigo,
Não me refiro aos vários assuntos do presente,
Aí eu tenho muitos parentes e alguns amigos,
Que conversam comigo, calorosamente.

Refiro-me aqueles que se foram para novo abrigo,
Que conversavam comigo constantemente,
Se lembravam dos meus pais e dos meus castigos,
E faziam lembrar-me de toda minha gente.

Por isso vivo triste e as vezes não consigo,
Compreender porque a vida maltrata, somente,
Para mostrar que existe sempre um lenitivo.

Pois, os que conheciam minha vida fielmente,
Foram, como eu disse: para um melhor abrigo,
Fiquei sem ninguém para conversar de repente!

O QUE DEUS ME DEU

Na minha distante e querida mocidade,
Cheguei a pensar que não existia um Deus,
Perdi meu pai com muito pouca idade,
Que era o maior e melhor amigo meu.

Frequentei as escolas públicas da cidade,
E a pobreza dos colegas me comoveu,
Como pode existir tanta desigualdade,
Com criança pobre que nem plebeu.

Eu também era muito pobre, na verdade,
Os outros eram mais pobres que nem eu,
Por isso, desconfiei em Deus na mocidade.

Na senilidade, me pergunto, o que aconteceu,
Eu desconfiar em Deus na minha mocidade?
Porque hoje tenho tudo o que Deus me deu! 

O FUTURO

O futuro a nós, não nos pertence,
Só a dedução deslumbra no escuro,
O que comprovamos é o presente,
O futuro fica por detrás do muro.

Nem por isso destrói a ilusão da gente,
Que leva a vida toda pensando no futuro,
Em nossa mente, sempre está presente,
Para descansarmos como um casmurro.

Se não existisse futuro, não existiria vida,
A gente vai lutando e continua dando duro,
É que a vida depende de constante lida.

Assim, para chegarmos ao cobiçado futuro,
Cuidemos do presente como início de partida,
A fim de podermos ultrapassar o referido muro!

AEROPORTO DOIS DE JULHO

Dois de Julho, data magna da Bahia,
Comemora a luta que o baiano aqui fez,
Que inspirou Castro Alves na poesia,
Sobre batalhas ocorridas contra o português.

História que todo mundo já conhecia,
Independência em 22, libertação em 23,
Assim, algumas praças, hoje em dia,
Têm o nome Dois de Julho, com altivez.

Principalmente  o aeroporto que merecia,
Por receber muitos turistas com sensatez,
Que contribuem bastante para nossa alegria.

Trocaram  nome do aeroporto, que mesquinhez,
Mas, para curar a nossa constante nostalgia,
Devolvam o nome do aeroporto, desta vez!

EM QUEM VOTAR - 06.06.14

Não vale a pena, que situação:
A gente não sabe mais em quem votar!
Se alguém faz um trabalho com perfeição,
Outro alguém, já não gosta, e passa a criticar.

Principalmente quando chega a eleição,
Que os candidatos querem sempre ganhar,
Esperam provar que eles têm toda a razão,
Não importa o que o outro fez, querem mudar.

A gente vive em constante indecisão,
Devemos olhar o que se fez, para julgar,
Se é preciso mudar o governante ou não,
A fim de melhores passos para caminhar.

Não sou candidato e nem tive a intenção,
De julgar esse ou aquele de qualquer lugar,
Mas, devemos ser justos na observação,
Para não cairmos em blefes, ou em blá, blá, blá.

Meu pensamento acho justo, e é só opinião,
Na diversidade constante de soluções a palpitar,
Mas esse caso não pertence a mim, é da população,
Se verificou benefícios bastantes a constatar.

Aí está meu julgamento e opinião, em questão,
De agradecer a alguém que mereceu o lugar,
De transformar o aspecto físico de nossa região,
Modificando os caminhos pra você passar!

  

ANTIGAMENTE E HOJE - 04.06.14

A nossa terra rodeada de canhões,
Para deixar nosso território em paz
Quando existiam, na época, espertalhões,
Que tinham terra, mas queriam mais.

A nossa terra naquela época dos tostões,
Sem eletricidade com candeeiro de gás,
Era tranquila com muitos bonitões,
Que desfilavam fazendo inveja aos demais.

A nossa terra hoje tem Copa do Mundo,
Vai permitir a outros países competições,
O povo ficará com sentimento profundo,
Se nós não formos novamente campeões.

De toda classe ao completo vagabundo,
Estão unidos e imbuídos de atenções,
Saber da Copa, ou ver a Copa do Mundo,
São, no momento, suas únicas ambições.

E vale a pena valorizarem esse evento,
Porque nossos pósteros no futuro o farão,
O futebol é a maior alegria do momento,
E temos para não darmos bola a outra nação!

SÃO JOÃO - 02.06.14

Tá chegando o São João,
Vamo brincá como quê,
Vamo bebê com atenção,
Pra não fazê fuzuê.

Tem comida gostosa no salão,
E sanfona tocando pra valê,
Vamo pegá a moçada pela mão,
E dançá até o amanhecê.

Sem conversa, com animação,
Participá sem esmorecê,
Pensá na crise, adianta não,
Porque ninguém vai resolvê.

Coma tudo, chegou ocasião,
Brindá com amigos bem querê,
Eles economizaram um tempão,
Pra festa podê acontecê.

Não tem balão, com razão,
Tem fogueira e foguete pra se vê,
A sua fogueira acesa no coração,
Para acendê alegrias pra valê.

Quando terminá o festão,
Não esqueça obrigação pra fazê,
Porque o próprio São João,
Vai, com certeza,  agradecê!