23 de mar. de 2015

SÚPLICA DO FUNCIONÁRIO

Senhor Governador,
Sua excelência,
Vossa Excelência conquistou,
A nossa inocência.

Mas, como a gente ficou,
Sem a sua audiência,
A gente que tanto colaborou,
Para sua ascendência.

Aquele antigo que governou,
Não teve consciência,
E o funcionário ficou,
Em completa dependência.

Nem sei porque estou,
A pedir sua clemência,
É que ninguém consertou,
A nossa eterna carência! 

22 de mar. de 2015

EMPREGADO DA PATRÔA

Dizem que o amor só existe,
Quando existe muita convivência,
Acredito que o amor consiste,
Quando existe em nós a inocência.

Em pensar, que aquela pessoa,
Nos ama, nos quer, sinceramente,
Sua promessa sempre nos ecoa,
Muito bem e agradavelmente.

Então, a gente revida numa boa,
Ficando feliz e tão contente.
Porém, quando o convívio destoa,
A gente sofre muito, ardentemente.

Hoje, a experiência em mim existe,
Não ficarei jamais sofrendo atoa,
E não ficarei, dia e noite, triste,
Como eterno empregado da patroa!

18 de mar. de 2015

NADA DE LOUCURA GENTE

Estamos ficando loucos,
Do começo, meio e fim,
Podem me escutar um pouco,
A nossa terra é um jardim.

Mesmo que esteja um sufoco,
Não devemos achar ruim,
Nem sair distribuindo soco,
Assim ainda fica pior enfim.

Estamos numa democracia,
Que felizmente perdura,
A loucura nos propicia,
Nesse regime uma fissura.

E vamos ponderar um pouco,
Você que é de muita leitura,
Se continuarmos tão loucos,
Quem nos pega é a ditadura!

16 de mar. de 2015

CHAMAM-ME DE POETA

Já desaprendi o nosso lindo português,
Quando poeta começaram a me chamar,
Ao conversar ou escrever de quando em vez,
Não sei falar, nem digitar, se não rimar.

A nossa língua é a mais linda que Deus fez,
Mas é preciso desde o início soletrar,
Tomar cuidado de outra língua como o inglês,
Que quis ficar por muito tempo em seu lugar.

Mesmo que julguem nossa pátria pequenez,
No mundo ela está entre as maiores a figurar,
É maior que a Europa toda de uma só vez,
Grandiosa de toda gente, de cor diferente, morar.

Aqui é minha casa, pátria, aqui é meu mundo,
Aqui é que eu gosto de viver e de habitar,
Embora esteja com um sentimento profundo,
Dos movimentos que não param de acabar! 

14 de mar. de 2015

TENHO BOA DIREÇÃO

Acho que eu dirijo bem,
E dirijo em qualquer situação,
Há mais de quarenta anos também,
Que eu dirijo com alguma precisão.

No Rio de Janeiro, fui muitas vezes,
De carro, pois não gosto de avião,
Dirigia todos os dias e até meses,
Pois meu carro era minha condução.

Dirigi até Fortaleza, à passeio,
Conheci várias cidades do sertão,
Não tive preocupação, nem receio,
De tempestade, chuva ou trovão.

Porém, dirigir à noite, na estrada,
Muito acidente, com gente, aconteceu,
Eu não dirijo à noite na estrada, por nada,
 Porque qualquer hum, dirige melhor que eu! 

12 de mar. de 2015

SITUAÇÃO ATUAL

Quanta irreverência, quanta rebeldia,
Quanto movimento, quanta loucura,
A democracia deixa gente que pensa,
Outros movimentos provocam censura.

Para nós, só a democracia compensa,
Mesmo com gente, carregada de tortura,
Que pode se expressar com reclamação imensa,
Ninguém vai lhe apagar a sua desenvoltura.

O que nos preocupa, imensamente,
É correr o risco de tudo se complicar,
E de surgir um golpe, tão somente,
Da ditadura, que venha nos comandar.

Aí, quem pôde falar, se cala facilmente,
Porque a ditadura não vem para brincar,
Não sairá do jugo, tão rapidamente,
Só nossos netos adultos, poderão contar!

6 de mar. de 2015

O HOMEM SEM MULHER

O homem sem mulher não resiste,
Não pense que é conversa minha,
A felicidade quase sempre consiste,
Em ter uma mulher como rainha.

Vivemos nove meses no ventre de mulher,
Soubemos que foi ela que nos deu a luz e amor,
Estivemos felizes como viveu São José,
Pai Celestial escolhido por Nosso Senhor.

A mulher pensará em nós onde a gente estiver,
Nosso progresso curtirá com alegria e fervor,
Estará a nossa espera em um lugar qualquer,
E produzirá um novo ser se preciso for.

Por essa razão é que lhe digo, amigo,
O homem sem mulher, não tem sabor,
Sua vida não vale muito, é um castigo.
Pouco sorri, e saberá porque chorou!

3 de mar. de 2015

CONFISSÃO DO APOSENTADO

Eu acordo de manhã bem cedo,
Porque é dia dos meus pagamentos,
Quando olho os recibos, sinto medo,
Tenho que enfrentá-los sem lamentos.

Não me refiro aos valores estipulados,
São as filas que eu tenho que pegar,
São filas quilométricas pra todo lado,
Uma delas eu tenho que enfrentar.

Posiciono-me na que for preferencial,
E controlado com todo o meu esquema,
Vejo que a fila dos jovens anda mais legal,
Seria mais fácil solucionar o meu problema.

Mudo de fila num passo rápido sem igual,
Passo para outra que é mais legal e serena,
E chego ao caixa num cansaço brutal,
Aí o caixa me informa: caiu o sistema!