MEU PAI -12.08.14

Pai, que sofrimento eu tive na sua partida!
Estava com 13 anos e por você era querido,
Em mim ficou uma lacuna, uma ferida,
Que não me fez esquecer daquele dia dorido.

Pai, lembro-me bem da sua constante lida,
Criar a todos nós com amor incontido,
Que causou ciume na mãezinha querida,
Quando você ia trabalhar no feriado ou domingo.

Pai, essa ausência relativa à sua ida,
Foi cruel, constante, sem momento findo,
Pois fico a chorar a sua despedida,
Que maltrata o meu peito e continua ferindo.

Pai, difícil é esquecer a quem nos deu a vida,
Criou, amou, amparou, não nos deixou sofrido,
Como se pode deixar de lembrar a triste despedida,
Quem tão precoce se foi, sem mesmo ter querido.

Pai, você não mais escreve tanta coisa linda,
Dedicada a seus filhos, antes de eu ter nascido,
Eu lhe devolvo, em versos, alguma coisa ainda,
Sem se comparar, entretanto, ao que nos foi oferecido.

Pai, acho que Deus, na sua bondade infinda,
Escolheu você para seu verdadeiro abrigo,
Muito me consola essa esperança concebida,
Pois lhe verei no céu, quando eu tiver partido!