29 de jan. de 2015

O CARNAVAL

Está chegando o carnaval,
O povo esquece suas obrigações nesse dia,
Não se lembra dos sofrimentos, sem igual,
Mais importante é participar dessa folia.

A multidão se desespera, tudo é legal,
Em disparada em completa correria,
Por ser essa festa colorida, a principal,
Os portugueses inventaram em cortesia:

Às autoridades do poder em Portugal,
Homenageava todo o cortejo que existia,
Naquele tempo no sistema Imperial.

Era o respeito que a Coroa procedia,
Sem imaginar que estava criando o carnaval,
A festa linda e consagrada da Bahia!

Um comentário:

  1. Binda-nos, mais uma vez, com uma excelente escrita. Observações agudas acerca dos sentimentos despertados pelos ritmos, pelas cores, odores e sabores do carnaval. Esse clima, de fato, entorpece, com seus ares benfazejos, como uma baforada de lança-perfume e corpos envoltos em serpentinas. Bons tempos, para os que viveram, os dos antigos carnavais, os quais, por sorte, tivestes o prazer de viver, suponho. Parafraseando outro poeta, "todos nós herdamos do sangue lusitano uma boa dose de lirismo (além da sífilis, é claro)".
    Impressiona, sobretudo, a atualidade dos seus escritos. Lembro-me, quando rondava as festas juninas, nos brindastes com uma poesia com o tema. Hoje, quando já nos preparamos para esquecer dos nossos problemas, nossas obrigações, por conta do carnaval, escreve-nos sobre. Perfeito e atual.
    "Quem me vê sempre parado, distante, garante que eu não sei sambar. Tô me guardando pra quando o carnaval chegar...".

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