10 de jan. de 2020

A MORTE

Quando eu era ainda muito criança,
Sabendo da morte, triste, quis lenitivo,
Sendo, bem inocente, sem mudança,
Perguntei ao meu verdadeiro amigo:

Pai, é verdade que se morre, não há esperança,
Quem nasce tem que morrer, é um castigo,
Não adianta ser rico, com muita poupança,
Nem aquele que é muito pobre sem abrigo?

Meu pai, inteligente, assim me respondeu:
Que nem todos vão para o mesmo lugar,
Aquele que enriqueceu com o dinheiro seu,
Não ficará junto ao que não teve onde morar.

Porque, muito na vida o pobre já sofreu,
Morto, o seu espírito vai para um bom lugar,
Enquanto o rico que se apossou do seu e do meu,
E não pagou em vida, num mal lugar vai pagar.

Conformei-me com a explicação que ele me deu,
E que todos os pais deveriam ao seus filhos dar,
Para conformar-se por alguém que já morreu,
Que, certamente, num bom lugar deverá estar!

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