Eu tive o meu primeiro emprego de carteira assinada, em mil novecentos e cinquenta e seis. Antes estudava fazendo o curso de cadete da Polícia Militar do Estado da Bahia. Teria terminado o terceiro ano de contabilidade pela Escola Técnica de Comércio, Anexa à Faculdade de Ciências Econômicas da Bahia, obtendo o diploma de Técnico em Contabilidade. Desliguei-me do curso de oficiais e passei a trabalhar como representante de laboratório de produtos farmacêuticos. Nas horas vagas, cantava em dupla com o mano, tendo nos apresentado em vários programas musicais, não só em rádios, clubes, entidades particulares, como na TV Itapoan, canal cinco. Passamos a ser, relativamente, conhecidos e, como sempre estivemos juntos, quem nos visse a sós, logo perguntava pelo outro. Figuramos também no filme baiano: "A Grande Feira" que teve a participação de Antonio Pitanga, Zé Coió e Geraldo Del Rey.
No meu trabalho, houve uma determinação da administração para não ser atendido em medicamentos (amostras grates), aos que ainda fossem estudantes universitários e que só deveria ser feito ao médico diplomado. Isso causou uma celeuma a classe estudantil e como eu fui designado para atender esse setor, tinha que ter jogo de cintura. Comecei a me comportar com relativa elegância, a fim de não causar maior antipatia à categoria. Por vezes, os estudantes me procuravam solicitando isso ou aquilo e eu os atendia no que fosse possível, sem sair da orientação da empresa e sem tornar-me deselegante. Certa ocasião, contudo, apareceu um universitário do penúltimo ou último ano de medicina que, visivelmente nervoso, solicitou-me um produto que só poderia ser dado ao profissional diplomado. Como não o atendi, me atacou com ofensas as mais diversas possíveis.
O tempo passou e eu não mais o vi.
Certa ocasião, quando retornava à minha residência, encontrei minha mãe apreensiva, pois meu irmão que tinha saído de lembreta (vespa), ainda não tinha chegado para o almoço e como alguém teria vindo a minha procura justificando pegar amostras, ela, sendo mãe, com o sexto sentido, pensou no pior. Foi quando, mais afastado, eu vi o meu antigo desafeto, que veio me informar que meu irmão teria sido atropelado em frente à sua residência e ele tomou as devidas providências, no sentido de socorrê-lo, encaminhando-o ao Pronto Socorro.
Saímos juntos para conseguirmos amostras, objetivando diminuir as despesas de medicamentos. Quanto ao sangue ele próprio teria doado para o mano. Ficamos amigos naquele instante, depois não mais nos vimos.
Hoje eu me pergunto: Aonde anda aquele amigo que eu tive a felicidade de me desentender e de pensar que eu nunca iria precisar dele?
No meu trabalho, houve uma determinação da administração para não ser atendido em medicamentos (amostras grates), aos que ainda fossem estudantes universitários e que só deveria ser feito ao médico diplomado. Isso causou uma celeuma a classe estudantil e como eu fui designado para atender esse setor, tinha que ter jogo de cintura. Comecei a me comportar com relativa elegância, a fim de não causar maior antipatia à categoria. Por vezes, os estudantes me procuravam solicitando isso ou aquilo e eu os atendia no que fosse possível, sem sair da orientação da empresa e sem tornar-me deselegante. Certa ocasião, contudo, apareceu um universitário do penúltimo ou último ano de medicina que, visivelmente nervoso, solicitou-me um produto que só poderia ser dado ao profissional diplomado. Como não o atendi, me atacou com ofensas as mais diversas possíveis.
O tempo passou e eu não mais o vi.
Certa ocasião, quando retornava à minha residência, encontrei minha mãe apreensiva, pois meu irmão que tinha saído de lembreta (vespa), ainda não tinha chegado para o almoço e como alguém teria vindo a minha procura justificando pegar amostras, ela, sendo mãe, com o sexto sentido, pensou no pior. Foi quando, mais afastado, eu vi o meu antigo desafeto, que veio me informar que meu irmão teria sido atropelado em frente à sua residência e ele tomou as devidas providências, no sentido de socorrê-lo, encaminhando-o ao Pronto Socorro.
Saímos juntos para conseguirmos amostras, objetivando diminuir as despesas de medicamentos. Quanto ao sangue ele próprio teria doado para o mano. Ficamos amigos naquele instante, depois não mais nos vimos.
Hoje eu me pergunto: Aonde anda aquele amigo que eu tive a felicidade de me desentender e de pensar que eu nunca iria precisar dele?
Muito bom!! mas fiquei intrigado com uma coisa: 38 anos e eu não sabia ou não lembrava que você além de ter duas formaturas de nível superior também tem nível técnico de contabilidade!!!
ResponderExcluirFilho Alexandre (Xandinho):
ExcluirFiquei feliz em saber que você leu o meu blog e gostou. Assim percebo da sua importância ao que venho fazendo, ultimamente, depois de aposentado.
Um beijão filhão!