19 de mar. de 2012

A INGENUIDADE

Certa ocasião, sentado na cadeira do papai, pois já o sou há algum tempo, bem como avô e bisavô.Lendo um dos jornais da cicade, com óculos para facilitar a minha visão, já que eu estava precisando; rodeado por dois filhos menores, porque os mais velhos deveriam estar com os amigos ou com namoradas. Li uma matéria que me interessava e como minha companheira estava cuidando da casa, eu comentei, ingenuamente, com meu filho pequeno de quatro a cinco anos, que estava a observar os meus óculos. Ele, no entanto, não entendeu nada do que eu lhe falei e o que estava despertando a sua atenção era outra coisa, exatamente o objeto que estava me facilitando ler melhor. Em dado momento, ele me pediu: Pai, quando eu ficar bem velhinho, você me dá uns óculos iguais ao seu? Eu respondi que sim! Porque como eu poderia explicaar a razão de não poder atendê-lo, se ele ainda não entendia o que significava a morte.
Lembrei-me então do meu queerido pai, quando tentou me explicar que um dia a pessoa teria que morrer e eu lhe disse: Eu não quero morrer não e ele me respondeu, eu tambem não e concluiu: você só vai morrer bem velhinho! Parece que ele acertou, porque até agora eu estou aqui e ele se foi tão cedo!  

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